Portugal de Lés a Lés contra o cancro



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Em 2014 eu já pedalava distâncias longas de mais de 500 km e mais de 5 dias e com tanta gente a seguirem as minhas páginas de Facebook, decidi com o meu amigo Carlos Silva, atravessar Portugal de Caminha a Vila Real de Santo António para apoiar a Liga Portuguesa contra o Cancro.

Delineado o percurso, faríamos uma verdadeira diagonal pelo país. Convidámos mais um ciclista de causas, o Miguel Vilar e com o apoio de uma Autocaravana, fizemos-nos à estrada. Dormíamos em parques de campismo e pedalávamos intensamente durante o dia.

Ainda nem tínhamos começado e já era uma aventura. 3 ciclistas metiam pés à obra e pedalávamos sempre alegres. Todos os dias, grupos de ciclistas se juntavam a nós para nos acompanhar e apoiar. E na maioria das cidades que atravessamos, numa iniciativa dos núcleos regionais da Liga, organizaram-se recepções incríveis que dificilmente esquecerei. Chorei muito com estas manifestações de carinho e de solidariedade. A cada pedalada tinha mais certeza de que o povo português é único.

Eu tinha escolhido o Cancro porque a minha Querida irmã estava doente e a força foi ela que me deu, e quando via tanta gente a apoiar, a emoção aumentava e as lágrimas escorriam naturalmente.

Nunca esquecerei a chegada a Vila Nova de Gaia no final do primeiro dia, com tantas pessoas, com música, com gente feliz apesar das suas doenças e do abraço solidário que recebemos e que nos deu força para ir até ao final.

O momento alto foi em Abrantes, onde depois de chegar à praça central, que estava completamente cheia, um grupo de crianças vestidas de igual e com tambores, tocaram e cantaram uma musica de agradecimento. Depois, seguiu-se a Tuna. Chorei literalmente durante meia hora.

Também nesta viagem fiz dois grandes amigos até hoje, o Pedro e a Alexandra, que pediram para nos acompanhar durante os últimos 4 dias e que desde então me acompanham em muitas viagens.

A partir daí foram recepções muito agradáveis em Borba, Vila Viçosa, Mértola e Alcotim, mas em Serpa, as crianças fizeram-nos uma recepção fantástica. Tiveram uma aula sobre o cancro e na nossa chegada fizeram-nos as perguntas necessárias para transmitir aos pais o que tinham aprendido, com destaque para os Sinais de Alerta para o Cancro.

Escusado será dizer que no final, em Vila Real de Santo António, lágrimas voltaram em força. Sentimento de dever cumprido e a emoção pela minha Querida irmã que infelizmente acabou por no ano seguinte perder a batalha contra esta terrível doença. Mas a força dela ficou e continuarei sempre a pedalar por causas.




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