Escolas da ilha de Santo Antão, em Cabo Verde, acolhem sessão



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Programa Cultural da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia

Santo Antão é a segunda maior ilha de Cabo Verde em extensão, a ilha mais montanhosa, o ponto mais ocidental de África, onde só é possível chegar de barco. As suas montanhas, intransponíveis para a generalidade dos mortais comuns, abalam o equilíbrio frágil das minhas certezas, mas são as pessoas que me sacodem e chocalham convicções e firmezas, diminuindo o mundo à infinita grandeza daquilo que é verdadeiramente importante. Não irei nunca número suficiente de vezes para deixar de me desassossegar com a tenacidade das suas gentes. Gente que desafia cumes, que pula escarpas em passo de corrida, que constrói taludes e cultiva encostas. Gente com mãos que pagam à terra o que a terra concede e terra que retribui o trabalho calejado de mãos devotas.

Aqui há dias, subindo até onde as pernas resistiram, chegámos a um pequeno edifício amarelo, escondido na montanha. Nas descoincidências de que a vida é feita, metemos conversa com um jovem que por ali passava e ficámos a saber que se tratava de uma escola e que a professora era a sua companheira. Daí a menos de nada, tínhamos as duas professoras em animada conversa, com planos para uma visita de amizade entre estudantes de cá e de lá, troca de contactos e de experiências, aprendizagens mútuas num improvável quadro escarpado.

Esta semana, duas escolas da ilha acolheram a sessão (in)formativa, integrada no programa cultural da Presidência Portuguesa, sobre a União Europeia enquanto promotora de paz e de solidariedade. Alunos do 11.º e do 12.º ano, viajaram virtualmente, naquele espaço infinito de esperançoso verde, pela capital da Europa. Conheceram um pouco mais da sua história, dos ideais que presidiram à união dos países e que enformam as prioridades atuais. Na riqueza de que a diversidade linguística é feita, aprenderam novas palavras de línguas distantes e refletiram sobre o valor da Língua Portuguesa enquanto língua oficial e língua de trabalho.

Sobre solidariedade, sabem eles já tudo. Afinal, entre taludes e encostas de subir, a fraternidade é mão que a todos ampara quando se afraca o alento no pedaço de caminho a provir. Saberem que esta ajuda mútua, entre vizinhos ou entre nações, mudou a configuração das relações entre os países é o mesmo que saberem que a mudança e o crescimento se constroem com o trabalho dos que resistem, acreditam e cooperam estejam eles no centro da Europa ou no coração da montanha.

 

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Sofia Santos
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