Covid-19: Pandemia estimulou novas soluções nas Cidades Criativas nacionais



Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor!


(Lusa) - A pandemia de covid-19 potenciou a criatividade nas comunidades portuguesas integradas na Rede de Cidades Criativas da UNESCO, concluíram hoje, em Leiria, os representantes da rede nacional.

Leiria, uma das últimas cidades aceites na rede da UNESCO, a par de Caldas da Rainha, recebeu os representantes das Cidades Criativas nacionais (além de Caldas, também Amarante, Barcelos, Braga, Idanha-a-Nova e Óbidos), para uma reunião de consolidação e definição de atividades a desenvolver.

No encontro fez-se o balanço do impacto da pandemia de covid-19 na criatividade destes territórios:

“No caso de Amarante sentimos que veio potenciar muito a criatividade”, afirmou o vereador André Magalhães, salientando o reflexo na “oferta cultural e criativa”, que ganhou “uma grande diversidade” de modo a “chegar à população por outros meios”.

Acresce a isso, o “papel fundamental” da inovação na necessidade das “pessoas se reinventarem, tal como negócios e projetos”, despertando ainda “um movimento de cidadania que teve, e tem ainda, várias ações de apoio aos mais fragilizados e comércio”, notou o vereador da Cidade Criativa da Música. 

Em Barcelos, a pandemia foi mesmo “motivo de criatividade”, realça o ‘focal point’ da Cidade Criativa do Artesanato e Arte Popular:

"Os artesãos passaram a representar o Santo António com o covid, o galo [de Barcelos] com covid... A própria pandemia acaba por fazer parte do processo artístico e hoje temos peças que retratam este tempo”.

Em Caldas da Rainha, também Cidade Criativa do Artesanato e Arte Popular, o caminho foi “pensar nas pessoas e na solidariedade”.

“Desenvolvemos um projeto de aquisições aos nossos jovens ceramistas, recém-formados, no valor de 25 mil euros, para enriquecer o espólio do Museu da Cerâmica”, explicou a vereadora Maria da Conceição Pereira.

Os artistas “precisaram que nós nos reinventássemos para que eles não caíssem ou deixassem de exercer a sua criatividade”, vincou. 

A coordenadora de Leiria Cidade Criativa da Música, Celeste Afonso, admitiu que a covid-19 “afetou a cimentação da rede” nacional, protelando “a consciência total” da estrutura enquanto soma de partes:

“O trabalho está atrasado mas queremos recuperar para que, em Portugal, se saiba que existem sete cidades criativas que são um todo que fazem a rede das cidades criativas portuguesas”. 

Para Joana Miranda, coordenadora executiva da Braga Media Arts, importa a Rede das Cidades Criativas Portuguesas “continuar a existir mesmo em período pandémico”.

“Não vamos suspender as decisões. Tivemos de nos adaptar”, procurando incluir “criatividade no desenvolvimento sustentável” através de “atos muito concretos”, que levem “a comunidade, os parceiros, as indústrias, a cultura, a introduzirem nas suas decisões opções positivas que beneficiem todos”.

Nesse sentido, hoje foi definido em Leiria um conjunto de ações, para este e para o próximo ano, que vão “promover a criatividade como motor de desenvolvimento sustentável”, frisou André Magalhães. 

Prestes a completar um ano de existência, a Rede das Cidades Criativas Portuguesas vai anunciar nas próximas semanas o calendário de eventos, que chegará a várias cidades e terá “um grande encontro nacional” em 2021.

 




Luso.eu | Jornal Notícias das Comunidades


A sua generosidade permite a publicação diária de notícias, artigos de opinião, crónicas e informação do interesse das comunidades portuguesas.