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Bruxelas, 13 de outubro de 2020 - O eurodeputado Francisco Guerreiro (Verdes/Aliança Livre Europeia) pergunta à Comissão Europeia (CE) por que razão esta excluiu o poliestireno da sua Diretiva (UE) 2019/904 e apela que a mesma seja revista de modo a serem removidos do mercado produtos altamente poluentes, nomeadamente no sector das pescas, compostos de esferovite.
Uma vez que a Diretiva (UE) 2019/904 visa “prevenir e reduzir o impacto de determinados produtos plásticos no ambiente, em particular no ambiente aquático”, Francisco Guerreiro considera que a CE “falhou” em não mencionar materiais como o poliestireno expandido, mais comumente apelidado de esferovite.
“A esferovite usada pela indústria pesqueira é uma praga e constitui uma das principais fontes de plásticos e microplásticos marinhos. É um erro crasso a Comissão [Europeia] não proibir a utilização deste material nas pescas”, explica o eurodeputado.
O sector pesqueiro utiliza frequentemente boias de pesca ou de marcação e embalagens isotérmicas feitas de esferovite, mas estas acabam por se desfazerem nos oceanos, devido ao seu mau uso e obsolescência estrutural. Por sua vez, a poluição de espuma de poliestireno no oceano pode causar sérios danos à vida marinha e à saúde humana. Os seus componentes químicos (como o estireno) têm sido associados a doenças graves, incluindo cancro.
Francisco Guerreiro argumenta também que os objetos feitos de poliestireno, especialmente do tipo expandido, são demasiado leves para serem reciclados de maneira económica, razões que aponta para que se impeça o uso de esferovite nas pescas.
O eurodeputado questiona ainda se a CE irá encorajar, através de subvenções ou instrumentos financeiros dos seus diferentes programas, o desenvolvimento e utilização de materiais alternativos que possam ser utilizados pela indústria da pesca e promover a sua reciclagem, em conformidade com o seu novo Plano de Ação para a Economia Circular.
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