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Jerusalém, 04 out 2024 (Lusa) - O exército israelita identificou hoje como supostos terroristas palestinianos pelo menos doze dos 18 mortos do ataque de sexta-feira a um campo na cidade de Tulkarem, na Cisjordânia, elevando um anterior balanço.

Numa atualização hoje publicada, as Forças de Defesa de Israel (FDI) identificaram mais nove 'alvos' do Hamas que terão sido mortos no ataque: Majdi Salem, Ayman Tangi, ⁠Basel Naafa, ⁠Ahmad Gamal Obaid, ⁠Issam Kouzakh, ⁠Mahmoud Harwish, ⁠Tair Majdi Hussein Al-Lwisi, ⁠Anwar Muhammad Mousa Masimi e ⁠Ma'moun Anabtawi.

Naquele que já é considerado o ataque israelita mais mortífero na Cisjordânia desde a Segunda Intifada (2000-2005), e já condenado pelas Nações Unidas, é também incluído na lista das vítimas um operacional da ‘Jihad’ Islâmica identificado como Rakan Bilal.

O Hamas e a ‘Jihad’ Islâmica são grupos armados palestinianos responsáveis pelos ataques de 07 de outubro em solo israelita, nos quais morreram 1.200 pessoas.

Entre os mortos, segundo as FDI, estará Ghaith Radwan, a quem Israel atribui uma posição importante na ‘Jihad’ Islâmica. No entanto, a imprensa palestiniana sugere que Radwan é membro das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, o braço armado dissidente do principal partido da Autoridade Palestiniana, a Fatah.

O exército indicou que o principal alvo da operação era um comandante do Hamas, Zahi Yasser Abdelrazaq Ufi, que, segundo os serviços secretos israelitas, estava a preparar um ataque terrorista para assinalar o aniversário do início da ofensiva israelita contra a Faixa de Gaza, a 07 de outubro.

Os serviços secretos confirmaram também a sua morte e descreveram o palestiniano como uma “bomba-relógio” que poderia explodir a qualquer momento, segundo o jornal The Times of Israel.

“Israel está em alerta para novos ataques do Hamas no período que antecede o aniversário do massacre, seja em Gaza ou na Cisjordânia”, afirmaram as forças de segurança.

Já as autoridades palestinianas calculam em 18 o número de mortos no último ataque israelita ao campo de Tulkarem.

O jornal “Filastin”, ligado ao Hamas, confirmou a morte do palestiniano, apelidado de “O Dilúvio”, líder das Brigadas Al Qassam, o braço armado do Hamas, acrescentando que duas crianças também foram mortas nos bombardeamentos israelitas.

O porta-voz da presidência da Autoridade Palestiniana, Nabil Abou Rudeina, condenou o “massacre” e considerou o governo de Benjamin Netanyahu “totalmente responsável” pelas “repercussões deste crime atroz” contra o povo palestiniano.

As Nações Unidas condenaram a operação que qualificaram de “ilegal” de Israel sobre o campo de refugiados na Cisjordânia ocupada.

“Este ataque insere-se num contexto muito preocupante de uso ilegal da força por parte das forças de segurança israelitas durante as operações militares na Cisjordânia, que causaram numerosos feridos a palestinianos e danos significativos em edifícios e infraestruturas”, afirmou Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em comunicado.

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