Parceiros

(Tempo de leitura: 5 - 9 minutos)


Carlos Flores, um entusiasta das caminhadas, começou a explorar os trilhos da montanha em fevereiro de 2022. Desde então, a sua paixão por desbravar a natureza e conhecer novos lugares tem sido uma constante na sua vida.

Através de experiências que vão desde a Serra da Freita até aos Caminhos de Santiago, Carlos desenvolveu não só uma ligação mais profunda à natureza, mas também relações significativas com outros caminhantes. A criação do grupo fechado no Facebook «Wildflowers» permitiu-lhe enriquecer ainda mais essa experiência, ao mesmo tempo que promove uma filosofia de caminhada que valoriza a qualidade dos trilhos e o companheirismo. Nesta entrevista, Carlos partilha connosco as suas motivações, desafios e a importância da natureza na sua vida, revelando também o seu sonho de criar um espaço onde todos possam desfrutar da montanha em harmonia e respeito.

1. Carlos, o que o motivou a começar a caminhar regularmente no monte em Fevereiro de 2022? Pode contar-nos um pouco sobre a sua experiência inicial?

Não foi apenas um, mas sim vários motivos. Conhecer novos lugares, chegar a sítios que de outra forma não conseguiria, conhecer novas pessoas, fazer exercício de outra maneira e desfrutar da natureza foram os principais motivos. Inicialmente, desbravar a montanha foi fenomenal, complementado pelo conhecimento de novas pessoas e pela "criação" de novas amizades.

2. Como surgiu a criação do grupo fechado do Facebook «Wildflowers» e qual foi a sua impressão das pessoas que conheceu nesse ambiente?

Nunca fui muito adepto de pagar para caminhar, e quando surgiu o convite para participar num grupo formado por pessoas particulares sem fins lucrativos, acabei por me envolver para além das responsabilidades de um membro normal. Conheci pessoas fantásticas, com alguns anos de experiência a caminhar na montanha, que me proporcionaram conhecimento e boas amizades.

3. Quais eram os seus principais objetivos quando começou a caminhar e como é que eles evoluíram ao longo do tempo?

Os principais objetivos foram conhecer novos lugares, chegar a sítios que de outra forma não conseguiria, conhecer novas pessoas, fazer exercício de outra maneira e desfrutar da natureza. Se, no início, a adrenalina para superar desafios com um desnível significativo era o elemento mais motivador, ao longo do tempo aprendi a moderar essa vontade e a aproveitar mais a montanha, desfrutando do momento sem ter em conta se o desnível era ou não significativo.

4. Pode partilhar algumas das suas caminhadas favoritas em Portugal e também aquelas que fez fora do país, como em Espanha e Áustria?

Não é fácil elencar as caminhadas favoritas, pois ainda existem muitos trilhos por desbravar. A minha experiência tem sido no Norte de Portugal, destacando duas zonas onde existem muitos trilhos bonitos e desafiantes: a zona do Gerês e a zona de Arouca, com a Serra da Freita. E que dizer da zona de Pitões das Júnias? Maravilhosa e fascinante! Em Espanha, a minha experiência é muito forte nos Caminhos de Santiago. Fiz o «Camino de Hierro», que foi uma experiência interessante, mas que não é nada de excecional. Já quanto a caminhar na Áustria, foi uma experiência sensacional. Caminhar nas montanhas do Tirol austríaco, na zona de Innsbruck, e depois na zona de Salzburgo foi fascinante e altamente motivador. Uma experiência que ficará na memória para o resto da vida.

5. Ao longo destas caminhadas, que tipo de laços e amizades conseguiu estabelecer? Como descreve a importância dessas relações na sua vida?

Caminhar no monte em grupo fez nascer amizades com alguns dos outros caminhantes. É um ambiente salutar que propicia a formação de laços. Posso dizer que algumas dessas amizades são para a vida. Caminhar no monte regularmente tornou-se uma segunda casa e a criação de uma segunda família.

6. Houve momentos particularmente memoráveis ou desafiadores que gostaria de destacar das suas experiências nas caminhadas?

Sim, houve três momentos memoráveis e desafiadores. Um deles ocorreu no início e teve a ver com o Trilho do Castrejo, e os outros foram dois trilhos realizados na Serra da Freita, na zona das Montanhas Mágicas. Em comum, esses trilhos têm um forte desnível e uma longa distância. Contudo, houve muitos mais momentos memoráveis, pois, quando se caminha no monte acompanhado de outros caminhantes, nunca faltam experiências fantásticas para recordar mais tarde.

7. Como surgiu a ideia de criar o seu próprio grupo no Facebook «Wildflowers» para eventos relacionados com caminhadas e outras atividades? Quais foram os principais objetivos desse grupo?

A criação do meu próprio grupo resultou de uma reflexão sobre o que pretendia para uma nova fase na prática do caminhar. Além disso, eu queria também apresentar outras atividades, nomeadamente a realização de passeios de bicicleta. A superação de desníveis e a trilhos de grande distância deixaram de ser uma prioridade; neste momento, é mais importante realizar trilhos interessantes com distâncias mais acessíveis a caminhantes não habituados à sinuosidade da montanha e a grandes desníveis. O desfrute da montanha é, nessa fase, primordial, aproveitando a deslocação a um determinado local para conhecer a envolvente em termos de cultura, paisagem e eventuais outros eventos, além de caminhar pelo trilho.

8. A qualidade das caminhadas parece ser uma nova prioridade para si. O que significa isso para você e como planeia implementá-lo nas suas futuras expedições?

Sim, a qualidade das caminhadas é efetivamente uma prioridade para o grupo que criei. Caminhar com um número reduzido de participantes mostrou que é possível absorver mais da natureza e desfrutar mais. Fica claro que a apresentação de propostas com mais qualidade exige um trabalho mais minucioso. No entanto, esta nova prioridade também não significa que não possam ser apresentadas situações desafiantes em termos de desníveis e grandes distâncias. No grupo, menciona-se que, por norma, aos sábados poderão ser apresentadas propostas com um grau de dificuldade mais elevado, enquanto aos domingos serão sugeridas propostas mais acessíveis e fáceis.

9. De que maneira estas experiências ao ar livre impactaram seu bem-estar físico e mental?

Caminhar é sempre um bom exercício para a saúde física e mental. No meu caso, já praticava regularmente exercício físico com outras atividades e o caminhar no monte foi apenas mais um complemento. No que diz respeito à socialização, teve, sem dúvida, um impacto bastante positivo, pois permitiu-me conhecer novas pessoas com perspetivas diferentes de vida, que me ajudam a crescer.

10. Que conselhos daria a alguém que está a considerar começar a caminhar ou a explorar a natureza?

Caminhar na natureza, nomeadamente na montanha, exige uma entrega à natureza e alguma disciplina. Devemos caminhar respeitando os lugares e as pessoas por onde passamos. O lixo que produzimos durante o evento, mesmo o orgânico, nunca deve ser «depositado» na natureza; deve regressar connosco. Este é um ponto que saliento, pois ainda existem muitos caminhantes que não sabem respeitar os locais por onde passam. Caminhar na natureza não é fazer turismo; é desfrutar de um bem que nos é colocado à disposição e que não é nosso, mas de todos.

Além disso, como é evidente, caminhar na montanha exige alguns aspectos mais práticos, como utilizar meios adequados (calçado e outro equipamento). Um aspeto importante a referir é que caminhar no monte exige que tenhamos conhecimento dos nossos limites, físicos e mentais. Devemos também estar sempre preparados para ajudar e ser ajudados. Os iniciantes devem começar por trilhos de pequena distância, até 10 km (idealmente até 8 km) e com desníveis de até 200 m.

11. O que representa para si a natureza e como é que ela influencia a sua perspectiva de vida?

A natureza representa a nossa sobrevivência na Terra. Dá-nos muito, sem pedir nada em troca, e nós não a sabemos respeitar. A cada dia que passa, o homem vai destruindo aos poucos a natureza. Quem ama caminhar na natureza e se depara com a destruição resultante de fogos ou de outras situações sente uma tristeza e impotência muito fortes pela imprudência e ganância de alguns.

12. Por fim, como vê o futuro do seu envolvimento nas caminhadas e na organização de eventos relacionados? Tem algum sonho ou meta que gostaria de alcançar?

Através do grupo fechado que criei no Facebook, «Wildflowers», o meu envolvimento nas caminhadas irá continuar, sempre com o objetivo de proporcionar trilhos bonitos e, em alguns casos, desafiantes. O meu único sonho ou desejo é que as pessoas que participem nos eventos propostos no grupo desfrutem e se sintam felizes no final destes!

Carlos Flores tem demonstrado que a paixão pelas caminhadas vai muito além do simples ato de caminhar. Desde que iniciou a sua jornada em fevereiro de 2022, ele tem explorado a beleza das montanhas e o encanto da natureza, ao mesmo tempo que procura conhecer novas pessoas e cultivar amizades duradouras. Através do grupo fechado no Facebook «Wildflowers», Carlos não apenas partilha a sua experiência e motivação, mas também promove a importância da qualidade das caminhadas e do companheirismo, criando uma comunidade onde todos podem desfrutar das trilhas de maneira respeitosa e consciente.

As experiências adquiridas em trilhos desafiantes e memoráveis moldaram a sua visão sobre a natureza e a sua importância na vida pessoal. Para Carlos, caminhar não é apenas um exercício físico; é um meio de ligação com o mundo que o rodeia e de autoconhecimento. À medida que olha para o futuro, permanece focado em fazer do seu grupo um espaço inclusivo e enriquecedor, onde todos podem encontrar felicidade e satisfação nas atividades ao ar livre, contribuindo, assim, para a preservação da natureza que tanto ama. Com a firme intenção de continuar a desbravar trilhos e a encorajar outros a fazer o mesmo, Carlos afirma que o mais importante é desfrutar da caminhada e das relações que ela pode proporcionar.

A nossa missão

Comunidades

01-Abr.-2025

Tomada de posse do novo Cônsul Honorário …

Antuérpia, 01 de abril de 2025 - A Embaixada de Portugal na Bélgica anunciou que o Senhor Pierre Louis Marie Joseph Corneille D

28-Mar.-2025

Apoio às comunidades portuguesas motiva acordo entre …

Foi assinado um memorando de entendimento entre os CTT - Correios de Portugal e a POST Luxembourg, operador postal luxemburguês

Boletim informativo

FOTO DO MÊS

We use cookies
Usamos cookies no nosso site. Alguns deles são essenciais para o funcionamento do site, enquanto outros nos ajudam a melhorar a experiência do utilizador (cookies de rastreamento). Você pode decidir se permite os cookies ou não. Tenha em atenção que, se os rejeitar, poderá não conseguir utilizar todas as funcionalidades do site.