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16 de agosto de 2025 - A solução para o problema dos incêndios rurais em Portugal não passa apenas pelo combate, mas por uma mudança fundamental na forma como se ocupa e gere o território.

É esta a tese de Pedro Bingre do Amaral, especialista em planeamento regional e urbano, que defende a urgência de "cultivar o território" e travar a construção dispersa nas zonas rurais como medidas essenciais de prevenção.

Em declarações recentes, o especialista sublinhou que a paisagem abandonada e desordenada é o "combustível" perfeito para os grandes incêndios. Para ele, o caminho é inverter esta tendência, transformando o abandono em produtividade. Um território cultivado, seja com culturas agrícolas ou floresta organizada, é um território mais resiliente ao fogo e mais fácil de defender.

A par do ordenamento florestal, Pedro Bingre do Amaral aponta a construção dispersa como um dos maiores paradoxos da prevenção. A expansão habitacional para o espaço rústico, sem o devido planeamento, cria uma interface perigosa entre as zonas construídas e a mata. Esta situação não só coloca em risco a vida e os bens de quem lá vive, como também dificulta o trabalho dos bombeiros, que se veem obrigados a desviar recursos do combate ao fogo para a proteção de edifícios.

O especialista defende ainda que a responsabilidade deve ser partilhada, com os proprietários, sobretudo os que optam por monoculturas de alta inflamabilidade como o eucalipto, a assumir os encargos da prevenção. A reforma florestal, para Bingre do Amaral, já dispõe dos fundos necessários, mas falta a vontade política e a execução efetiva dos planos no terreno.

Para além das medidas de ordenamento, o professor reforça a importância de abordar a origem dos incêndios. O facto de uma parte significativa dos fogos ter origem humana aponta para a necessidade de campanhas de sensibilização e para uma mudança de comportamento na sociedade portuguesa. O futuro da prevenção de incêndios, segundo Pedro Bingre do Amaral, está na gestão ativa do território e na consciência de que a floresta é um ativo que exige cuidado e não um problema a ser negligenciado.


 



 

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