A ministra do Trabalho, Rosário Palma Ramalho, tem estado no centro da polémica após declarações sobre a necessidade de se rever a legislação laboral, com particular destaque para o regime de dispensa para amamentação.
A governante garante que o direito à greve não será afetado, mas tem levantado preocupações sobre o que considera serem abusos neste último regime.
As afirmações da ministra, de que "as crianças parece que continuam a ser amamentadas para dar um horário reduzido", ou que há casos em que são "amamentadas até à escola primária", têm gerado forte reação. A ministra considera "difícil que depois dos 2 anos uma criança tenha que ser alimentada ao peito durante o horário de trabalho", e tem sido alvo de críticas por parte de associações e movimentos sociais.
O Governo defende a necessidade de clarificar a lei para combater o que considera serem utilizações indevidas do regime, que permite a redução do horário de trabalho para amamentar. No entanto, o Chega já manifestou que "não valida" a proposta do Governo de limitar o período de amamentação.
As associações de apoio à amamentação e aos direitos das mulheres receberam com apreensão as declarações da ministra. Um movimento acusa a ministra de "preconceito" e de "insinuar que mães trabalhadoras usam a amamentação para obter benefícios", classificando a posição como "perigosa".