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Lisboa, 24 out 2024 (Lusa) - O secretário-geral do PS considerou que a polémica envolvendo o ministro dos Negócios Estrangeiros e as chefias militares é um “caso de Estado”, salientando que “tem de ser clarificado o quanto antes” para preservar as instituições.

Numa entrevista à RTP3, na quarta-feira à noite, Pedro Nuno Santos abordou as alegadas ofensas dirigidas, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, ao chefe de Estado-Maior da Força Aérea e outros militares no aeroporto de Figo Maduro, à chegada de um voo de repatriamento de portugueses do Líbano.

O secretário-geral do PS referiu que “as relações entre o poder político e o poder militar estão bem definidas” no quadro constitucional português, salientando que “é muito importante” que os dois poderes se respeitem mutuamente.

“Nós não sabemos o que aconteceu e este silêncio do Governo preocupa-nos ainda mais, porque está a alimentar um tabu que tem de ser clarificado o quanto antes”, salientou, referindo que tanto o primeiro-ministro como o ministro da Defesa Nacional não quiseram até agora comentar o sucedido.

Sublinhando que percebe a “atitude de recato” das chefias militares - que, até agora, ainda não se pronunciaram sobre o sucedido -, Pedro Nuno Santos frisou contudo que o ex-Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas António Silva Ribeiro escreveu um artigo no semanário Expresso em que acusa Rangel de ter desrespeitado militares.

O secretário-geral do PS salientou que se está a falar do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, “do número dois do Governo”, e defendeu que “é muito importante” perceber quem é que “está com a tutela de uma das pastas mais importantes e mais delicadas do Governo”.

“O que se espera é que quem tem responsabilidades governativas em Portugal diga o que é que aconteceu e porquê é que aconteceu para nós podermos fazer a nossa avaliação sobre quem temos à frente do Ministério dos Negócios Estrangeiros a representar Portugal no mundo”, afirmou.

“É muito importante”, para a preservação das instituições e para a relação entre o poder político e militar, “que haja transparência naquilo que aconteceu”, acrescentou.

Numa alusão aos casos que marcaram o último Governo de António Costa, entre 2022 e 2024, Pedro Nuno Santos disse que alguns “não tinham a dimensão que tem este, ou que aparentemente pode ter” e, em contrapartida, eram alvo de “uma crítica pública muito intensa”.

“Isto, sim, é um caso sério. É um caso de Estado”, afirmou.

Nesta entrevista, Pedro Nuno Santos voltou a fazer várias críticas ao Governo, considerando que está a governar para uma minoria e a transferir recursos para o privado, como as medidas que tem implementado no Serviço Nacional de Saúde.

Depois, o líder do PS abordou o plano para a comunicação social, e em particular o que o Governo pretende fazer com a RTP, salientando ser a estação televisiva “que melhor garante a pluralidade de opinião” e “essencial para a qualidade” da democracia portuguesa.

Pedro Nuno Santos frisou que a perda de receita publicitária prevista pelo Governo vai retirar 20 milhões de euros à estação, comparando com os dois milhões de euros de lucro que teve este ano, e salientou que mesmo personalidades do PSD já se manifestaram contra esse projeto, como Nuno Morais Sarmento.

“E eu espero, sinceramente, que, neste tema, o senhor Presidente da República tenha também um papel a desempenhar para preservar, para defendermos a RTP”, disse.

Nesta entrevista, Pedro Nuno Santos foi ainda questionado se o resultado das autárquicas poderá determinar a continuidade da sua liderança, tendo respondido que ninguém está a “falar nem a disputar a liderança no PS”.

“Não é isso que está em causa. No caso das autárquicas, está em causa nós vencermos as eleições”, disse.

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