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Nos últimos tempos, o debate sobre a sustentabilidade do sistema de pensões em Portugal tornou-se cada vez mais aceso. A recente proposta de atualização extraordinária das pensões suscitou reações diversas, mas há uma mensagem que se destaca: “não se dá aos pensionistas a reforma dos jovens”.

Esta afirmação é uma chamada de atenção para a necessidade urgente de repensar as políticas de previdência social, que, se não forem adequadamente ajustadas, poderão colocar em risco o futuro financeiro das novas gerações.

Filipe Charters de Azevedo, presidente da Associação Portuguesa de Contribuintes, expressou a sua preocupação ao considerar a atualização das pensões como um erro estratégico, que pode levar à deslegitimação do sistema em que os jovens depositam as suas esperanças. A realidade é que, com uma população em envelhecimento e uma taxa de natalidade em declínio, a pressão sobre o sistema de pensões aumenta. Se não houver um equilíbrio entre o que é dado aos reformados e o que é investido no futuro dos trabalhadores mais jovens, o resultado será um sistema deficitário que compromete a estabilidade financeira das gerações vindouras.

Os jovens portugueses enfrentam já um mercado laboral altamente precário, marcado por contratos temporários e instabilidade. Nesta conjuntura, muitos sentem que não estão a conseguir poupar para a reforma, o que poderá condená-los a uma velhice com baixos rendimentos. Segundo um estudo divulgado pela Deco Proteste, a maioria dos jovens não tem uma poupança significativa para a aposentadoria, e a desconfiança em relação ao sistema público de pensões tem vindo a aumentar. Neste contexto, a intervenção política e a reformulação das políticas sociais são cruciais.

A solução para este problema não é simples. Exige uma abordagem a longo prazo e, acima de tudo, um compromisso por parte de políticos e cidadãos para garantir a equidade intergeracional. As decisões tomadas hoje, por mais necessárias que sejam para apaziguar os anseios dos pensionistas, podem acabar por transformar-se num fardo insuportável para os jovens de amanhã. A responsabilidade não é apenas económica, mas também moral: devemos assegurar que aqueles que um dia entrarão na velhice possam contar com um sistema sólido que garanta a sua dignidade.

À luz dessas considerações, é imprescindível que se estabeleçam diálogos abertos e soluções inovadoras para garantir que as reformas dos jovens não sejam apenas um discurso vazio, mas uma realidade palpável. A construção de um futuro sustentável passa pela adaptação a um contexto demográfico e económico em mudança. É hora de agir, antes que os jovens se vejam privados da reforma que, após anos de trabalho, todos merecem. 

Nelma Fernandes, presidente da CE-CPLP, realçou a imponência desse momento aos pés do Cristo Redentor, sendo impossível “descrever tamanha gratidão”.

Por sua vez, o Padre Omar sublinhou que a Cimeira ficou marcada pela discussão de “pautas importantes”.

No final da cerimónia, o monumento ao Cristo Redentor foi iluminado em branco e azul, cores da bandeira da CE-CPLP.

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