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Gorjetas dobram em oito anos e já valem 120 milhões de euros em Portugal

Descubra como o valor das gorjetas declaradas em Portugal duplicou nos últimos oito anos, atingindo mais de 120 milhões de euros.

Este crescimento, impulsionado pelo aumento do turismo e pela popularização dos pagamentos digitais, reflecte mudanças nas preferências dos consumidores e a evolução do sector de serviços. Explore as implicações sociais e económicas deste fenómeno e o impacto nas condições de trabalho dos profissionais da hotelaria e restauração.

Nos últimos oito anos, o valor das gorjetas declaradas em Portugal atingiu um marco impressionante, duplicando para mais de 120 milhões de euros. Este crescimento, que reflecte as tendências do sector de serviços, foi amplamente associado ao aumento do turismo, à popularização dos pagamentos digitais e ao surgimento de plataformas de transporte e entrega.

De acordo com um estudo recente publicado pelo jornal Público, este montante representa apenas a fatia das gorjetas que são comunicadas à Autoridade Tributária (AT), deixando em aberto a questão sobre o valor real das gratificações recebidas pelos trabalhadores do sector. A tendência de crescimento está também ligada ao aumento da actividade turística no país, que se traduziu não só na maior afluência de visitantes, mas também na mudança nas preferências dos consumidores, cada vez mais inclinados a deixar gorjetas como um reconhecimento pela qualidade do serviço recebido.

As gorjetas, muitas vezes vistas como um suplemento ao rendimento dos trabalhadores de hotelaria e restauração, são agora mais frequentemente incluídas nas facturas, especialmente em Lisboa e Porto, onde valores de 5% a 10% estão a tornar-se norma. Isso sugere uma alteração na cultura de gratificação, que historicamente dependia da vontade do consumidor, para uma prática mais institucionalizada.

Enquanto as gorjetas representam um importante complemento para muitos trabalhadores, elas também levantam questões sobre a protecção laboral e a necessidade de garantias mínimas de rendimento. A AT, por sua vez, enfatiza que as gorjetas são consideradas rendimentos de trabalho e estão sujeitas a tributação, o que significa que é responsabilidade tanto dos prestadores de serviço quanto dos clientes reconhecerem esta prática adequada.

Assim, é imperativo que, à medida que as gorjetas continuam a crescer, haja uma discussão ampla sobre as implicações sociais e económicas desta tendência. Com a evolução do sector de serviços e a adaptação a novas formas de pagamento, a forma como as gorjetas são percebidas e geridas poderia ser uma chave para melhorar as condições de trabalho neste sector.

Com o crescimento contínuo do turismo e a adopção de tecnologias digitais, prevê-se que o valor das gorjetas em Portugal continue a aumentar nos próximos anos, fazendo com que este tema permaneça relevante no debate público sobre a economia informal, rendimentos e políticas laborais.

Referências:

Público, "Gorjetas duplicam em oito anos e já valem 120 milhões" (2024),

Jornal Económico, "Gorjetas estão a crescer em Portugal e já ultrapassam 120 milhões de euros" (2024) 

TVI, "Valor das gorjetas em Portugal ultrapassa os 120 milhões de euros" (2024) 

 

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