Lisboa, 27 de julho de 2025 – Os portugueses destacam-se como um dos povos que mais gastam em alimentação na União Europeia. Um estudo recente revelou que, em 2024, cada português desembolsou, em média, cerca de 3.314 euros em alimentação e bebidas não alcoólicas, colocando Portugal em terceiro lugar neste indicador a nível da UE.
No entanto, se o custo de vida fosse harmonizado entre os países, Portugal lideraria este ranking, evidenciando o peso considerável que a despesa alimentar representa no orçamento familiar português, mesmo ajustado ao poder de compra.
Inflação Acentuada Impulsiona Gastos
O aumento dos preços dos alimentos tem sido um fator determinante para esta realidade. Desde o início da pandemia, os preços dos alimentos em Portugal subiram cerca de 34%, um valor significativamente superior à média de 21,5% registada na União Europeia, conforme avançado pela Renascença. O Expresso detalha que a inflação afetou particularmente categorias como frutas, açúcar, confeitaria, carne e produtos à base de açúcar, com aumentos que rondam os 40%.
Apesar da escalada dos preços, a despesa com alimentação continua a representar uma fatia considerável do rendimento familiar, conforme sublinhado pela SIC Notícias. Este cenário sugere que os portugueses continuam a dar prioridade à aquisição todo o tipo de bens alimentares, mesmo perante um contexto económico desafiante.
Fatores em Jogo
Vários fatores podem estar a influenciar este padrão de consumo e despesa. Para além do óbvio aumento dos preços dos alimentos, a análise aponta para possíveis mudanças nos hábitos alimentares dos portugueses e uma crescente procura por produtos de maior valor. No entanto, a pressão exercida pela inflação parece ser o motor principal que leva as famílias portuguesas a dedicar uma parte tão expressiva do seu orçamento à alimentação.
O elevado gasto em alimentação, a par das despesas com habitação, é também apontado como um dos principais motivos de endividamento dos portugueses, conforme revelado em diversas análises. Este cenário coloca um desafio significativo às famílias e ao poder de compra no país.
