O Conselho Europeu pediu hoje “todos os esforços” e “máxima contenção” para evitar uma escalada de tensões no Médio Oriente, após os ataques do Irão contra Israel, insistindo ainda no “acesso sem entraves à ajuda humanitária” a Gaza.
“A UE condena o ataque do Irão contra Israel. Devem ser envidados todos os esforços para ajudar a trazer estabilidade à região e evitar uma escalada e apelamos a todas as partes para que deem provas da máxima contenção”, escreveu o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, na rede social X (antigo Twitter).
Na publicação feita após cerca de cinco horas de discussões no primeiro dia de dois de cimeira europeia em Bruxelas, no qual Portugal é pela primeira vez representado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, Charles Michel adiantou que o Conselho Europeu “está empenhado em colaborar com os seus parceiros para pôr termo à crise em Gaza, nomeadamente através de cessar-fogo imediato, libertação incondicional dos reféns e garantia de acesso sem entraves à ajuda humanitária”.
Nesta que é a primeira cimeira do novo primeiro-ministro português, os líderes da UE discutiram neste primeiro dia as recentes tensões entre Irão e Israel para evitar um alastramento das tensões no Médio Oriente.
A discussão surgiu após o ataque do Irão com ‘drones’ (aeronaves não tripuladas) e mísseis a Israel no passado fim de semana, que levou à inclusão na agenda do encontro de uma discussão sobre a situação na região.
Segundo as conclusões aprovadas nesta cimeira extraordinária, “o Conselho Europeu apela ao Irão e aos seus representantes para que cessem completamente os seus ataques e insta todas as partes a darem provas da máxima contenção e a absterem-se de qualquer ação que possa aumentar as tensões na região”.
No texto, os chefes de Estado e de Governo também “condenam veemente e inequivocamente o ataque iraniano a Israel e reitera a sua total solidariedade para com o povo israelita e o seu compromisso com a segurança deste país e com a estabilidade regional”.
Ao mesmo tempo, é mencionada a crise humanitária na Faixa de Gaza, com os líderes dos 27 da UE a reiterarem nas conclusões “o seu compromisso de colaborar com os parceiros para pôr termo à crise”.
O foco inicial deste Conselho Europeu extraordinário de dois dias seria a competitividade do mercado interno, mas, apesar de o assunto continuar em agenda, a atualidade internacional sobrepôs-se.
Na quinta-feira, o segundo e último dia da cimeira extraordinária será então dedicado à economia da UE, com o Conselho Europeu a receber o antigo primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, para discutir o relatório por si preparado sobre o mercado interno comunitário e debater como reforçar a competitividade europeia face aos Estados Unidos e à China.