Parceiros

(Tempo de leitura: 1 - 2 minutos)


Bruxelas, 15 de maio de 2025 — A política portuguesa atravessa um período de profundo desgaste. A sucessão de escândalos, o discurso populista, a polarização partidária e a perceção generalizada de ineficácia das instituições têm alimentado o ceticismo dos cidadãos e contribuído para a deterioração da qualidade do debate público.

A confiança na classe política está em queda, e os sinais de descontentamento tornam-se cada vez mais visíveis nas urnas e nas ruas.

De acordo com os mais recentes estudos de opinião, mais de 70% dos portugueses consideram que os políticos "não estão à altura das responsabilidades" e que as prioridades do poder político "não correspondem às necessidades reais da população". Esta sensação de distanciamento é agravada por episódios recorrentes de má gestão, nomeações duvidosas, linguagem agressiva nos debates parlamentares e ausência de soluções estruturais para problemas persistentes como a habitação, a saúde e a justiça.

Especialistas em ciência política alertam para a degradação da cultura democrática, visível na crescente banalização de insultos, ataques pessoais e táticas de obstrução no Parlamento. “Assistimos muitas vezes a um espetáculo mediático em vez de um confronto de ideias construtivo. Isso descredibiliza a política e afasta os cidadãos”, afirma o politólogo Miguel Soares.

A entrada de figuras com pouca preparação política e motivadas por agendas pessoais ou partidárias de curto prazo tem contribuído para esta perceção de um “baixo nível” da vida política nacional. Ao mesmo tempo, casos de corrupção e decisões governativas mal explicadas alimentam teorias da conspiração e desinformação, dificultando o debate racional.

O Presidente da República tem apelado repetidamente à elevação do discurso político e à responsabilidade institucional. “A política tem de se recentrar nas pessoas, na ética e na verdade”, afirmou recentemente Marcelo Rebelo de Sousa, numa crítica velada ao clima de tensão que tem marcado os últimos ciclos legislativos.

Com um novo ciclo político à vista, a esperança de uma mudança de rumo depende, em grande parte, da capacidade dos partidos de renovarem quadros, aproximarem-se dos cidadãos e apresentarem propostas credíveis. Caso contrário, o risco de desmobilização democrática e radicalização das franjas do eleitorado poderá acentuar-se, com consequências imprevisíveis para o equilíbrio institucional.

EMBAIXADA DE PORTUGAL

Temos em linha

Temos 2349 visitantes e 1 membro em linha

NOTÍCIAS RECENTES

Colunistas

Ambiente

Boletim informativo

FOTO DO MÊS

We use cookies
Usamos cookies no nosso site. Alguns deles são essenciais para o funcionamento do site, enquanto outros nos ajudam a melhorar a experiência do utilizador (cookies de rastreamento). Você pode decidir se permite os cookies ou não. Tenha em atenção que, se os rejeitar, poderá não conseguir utilizar todas as funcionalidades do site.