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Lisboa, 12 set 2024 (Lusa) - Um dos guardas prisionais de serviço na cadeia de Vale de Judeus no dia da fuga dos cinco reclusos vai ser ouvido na sexta-feira pela PJ no âmbito do processo-crime aberto pelo Ministério Público, revelou hoje o seu advogado.

Pedro Proença, advogado do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), disse à Lusa que este guarda prisional que será ouvido na sexta-feira, pelas 10:00, pela Polícia Judiciária, é também um dos visados no processo interno de averiguações da Auditoria e Inspeção dos Serviços Prisionais, de cariz disciplinar.

O advogado adiantou que no âmbito do inquérito crime dirigido pelo Ministério Público a PJ já recolheu prova naquela cadeia.

Segundo o advogado, no decurso deste inquérito foram ouvidos hoje, em Vale de Judeus, dois outros guardas na qualidade de testemunhas.

Pedro Proença precisou que no processo de averiguações interno já terão sido ouvidos cinco ou seis guardas como testemunhas e dois guardas que são visados, um dos quais o que vai ser ouvido na sexta-feira pela PJ.

No âmbito do processo de averiguações interno vão ainda ser ouvidos oito outros guardas nos próximos dias 19 e 23.

Um dos aspetos mais importantes dos inquéritos em curso está relacionado com as falhas na videovigilância da cadeia e de quem estaria responsável por tal tarefa.

Contactado hoje pela agência Lusa, Frederico Morais, presidente do SNCGP, manifestou-se "convicto" de que não houve qualquer cumplicidade ou responsabilidade dos guardas prisionais que estavam de serviço no dia da fuga e lembrou que o sindicato tem vindo a alertar há anos para os enormes problemas de segurança das cadeias e dos próprios guardas que prestam serviço em cadeias repletas de reclusos.

Cinco reclusos fugiram no sábado do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho de Azambuja, distrito de Lisboa.

Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.

Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.

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