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Os Novos Apoios Não Despertam Interesse

Nos últimos anos, os apoios do governo para a compra de carros elétricos têm sido amplamente divulgados como uma solução para incentivar a mobilidade sustentável em Portugal. No entanto, os dados mais recentes revelam uma fraca procura por estes veículos, levantando questões sobre a eficácia das medidas implementadas. 

Na primeira semana do novo rácio de apoios, apenas 50 candidaturas foram submetidas, um número que surpreende e preocupa. Esta situação contrasta com anos anteriores, onde o número de candidaturas frequentemente superava a disponibilidade de incentivos em apenas alguns dias. O principal entrave parece ser a obrigatoriedade de entregar um veículo para abate, uma condição que muitos potenciais compradores consideram um obstáculo.

Os apoios disponíveis, que podem atingir 4.000 euros para a compra de automóveis 100% elétricos com um preço máximo de 38.500 euros, parecem não ser suficientes para motivar os consumidores. De acordo com Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas e Habitação, os requisitos rigorosos para a concessão de incentivos — que incluem a entrega de um carro com mais de 10 anos — têm dissuadido os interessados, levando a uma significativa redução nas solicitações.

Além do abate obrigatório, outros fatores como preocupações sobre a autonomia dos veículos elétricos, a falta de infraestrutura de carregamento adequada e a volatilidade dos preços das baterias podem também estar a contribuir para esta baixa adesão. O desenvolvimento de modelos de negócio que seja favorável, assim como a necessidade de uma cultura de mobilidade mais sustentável, podem ser fatores determinantes a considerar para estimular a procura.

O panorama atual sugere que, apesar das intenções do governo e dos apoios disponíveis, muitos consumidores permanecem céticos em relação à compra de carros elétricos. A continuidade deste cenário levanta a questão sobre quais estratégias serão necessárias para realmente impulsionar a aceitação e utilização de veículos de emissão zero nas estradas portuguesas.

Sem uma reavaliação dos critérios de apoio e uma melhoria na infraestrutura, é provável que a procura por carros elétricos continue a decrescer, comprometendo assim os objetivos de mobilidade sustentável definidos para o futuro. Urge, portanto, uma reflexão profunda sobre as políticas de incentivo atuais e a implementação de soluções mais atrativas e viáveis para os cidadãos.

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