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Empresas Encontram Dificuldades para Recrutar. Portugal encontra-se quase em pleno emprego, com taxas de desemprego recordes e um número elevado de trabalhadores.

No entanto, uma em cada quatro empresas enfrenta dificuldades de recrutamento, considerando o mercado de trabalho o maior obstáculo à competitividade.

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Portugal encontra-se numa situação quase de pleno emprego, com taxas de desemprego a recordes baixos e um número de trabalhadores empregues que nunca foi tão elevado. No entanto, esta realidade contrasta com as dificuldades que muitas empresas enfrentam ao tentarem recrutar novos colaboradores. Segundo um recente inquérito da Associação Industrial Portuguesa - Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI), cerca de uma em cada quatro empresas considera que o mercado de trabalho é o maior obstáculo à competitividade.

De acordo com os dados disponíveis, o cenário laboral em Portugal tem melhorado substancialmente nos últimos anos, refletindo o crescimento económico do país. Apesar de uma quantidade significativa de pessoas no ativo, as empresas revelam que a escassez de perfis adequados está a dificultar a sua capacidade de expandir e dar seguimento às suas estratégias de crescimento.

A AIP destaca que embora o número de empregos aumente, isso não é suficiente para satisfazer as exigências do mercado. "Nunca houve tantas pessoas empregadas, mas não são suficientes", sublinha a AIP, alertando para o facto de que a dificuldade em encontrar profissionais com as competências requisitadas pode ameaçar a continuidade do crescimento em vários setores.

O inquérito realizado pela AIP abrangeu cerca de 300 empresas de diversos sectores e revela que a escassez de recursos humanos é vista como um dos principais travões à competitividade, ainda mais premente do que fatores como o sistema fiscal. Este dado revela uma preocupação generalizada com a sustentabilidade do crescimento económico a longo prazo, se as dificuldades de recrutamento não forem endereçadas.

A restauração e o turismo

Entre os setores mais afetados, destacam-se a restauração e o turismo, sendo que mais de 80% das empresas neste âmbito reconhecem dificuldades significativas na contratação de pessoal qualificado. Com a reabertura total após as restrições da pandemia, a procura por mão-de-obra aumentou exponencialmente, levando a uma pressão adicional sobre o mercado de trabalho.

Integração de trabalhadores estrangeiros

Outra faceta do problema reside na integração de trabalhadores estrangeiros. Apesar do aumento expressivo do número de trabalhadores estrangeiros em Portugal, que passou de 55,6 mil em 2014 para cerca de 495 mil em 2023, ainda existem barreiras à sua contratação e adaptação ao mercado português.

O panorama que se desenha aponta para a necessidade urgente de ações que promovam a formação e a qualificação profissional, bem como políticas que incentivem a retenção de talento e a integração de trabalhadores estrangeiros. Sem uma abordagem proativa, as empresas correm o risco de comprometer a sua competitividade e, em última análise, o progresso económico de Portugal.

As soluções passam pela colaboração entre o sector público e privado, para criar sistemas de formação e capacitação mais ajustados às necessidades do mercado. Assim, será possível não só colmatar as lacunas existentes, mas também garantir que o crescimento económico sustentável do país continua a ser uma certeza.

Embora Portugal esteja a viver um momento favorável em termos de emprego, as dificuldades de recrutamento que as empresas enfrentam exigem atenção imediata. O futuro económico do país depende da capacidade de resolver estas questões que, se não tratadas, poderão comprometer o avanço que já foi alcançado.

 

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