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Maia - Cerca de 500 pessoas, acompanhadas pelos seus patudos, encheram as ruas da Maia de cor e espírito natalício na 11ª edição da Cãominhada da Associação de Proteção Animal CãoViver.
O evento anual, que se realizou neste domingo, 14 de dezembro, foi um sucesso de afluência e solidariedade, garantindo um balanço "extremamente positivo" para a associação.
Em entrevista exclusiva, Ana Ceriz, fundadora da CãoViver, partilhou os detalhes desta manhã especial e as necessidades urgentes dos animais acolhidos.
Balanço e Espírito Natalício: Corações Abertos e Contas Saldadas
A afluência superou novamente as expectativas, com a fundadora a destacar a dedicação dos participantes em criar um ambiente festivo e generoso.
"O balanço é extremamente positivo," afirma Ana Ceriz. "Todos os anos, verificar a dedicação dos participantes em embelezar este evento com tudo aquilo que é o Natal, deixa-nos deveras emocionados. Fomos cerca de 500 pessoas a cãominharem por uma causa, o que nos permite saldar alguns valores que foram ficando para trás ao longo do ano e isso é o que nos permite continuar esta jornada da CãoViver."
Apesar de todos os momentos serem "especiais", a Passerelle Natalícia e a partida no pórtico foram os pontos altos mais emocionantes. "É sempre incrível vermos tantas caras conhecidas, que mesmo que só sejam vistas uma vez por ano, nos pareçam tão familiares," comenta a fundadora.
Necessidades Urgentes: Veterinário e Mimos
O valor angariado nesta edição é crucial para a manutenção do trabalho da associação. Ana Ceriz explica que as necessidades são constantes e variadas, mas vitais para a sobrevivência do abrigo."Precisamos de assegurar os tratamentos veterinários, pagamento do espaço onde os animais estão, e depois claro, toda a questão logística inerente a um abrigo de animais, como a ração, detergentes, sacos para o lixo e os mimos! Não esquecer os mimos," alerta a responsável.
A comunidade pode continuar a ajudar através de doações de ração, material de limpeza e apoio financeiro para as despesas veterinárias mais avultadas.
A Viragem: Do Registo Fotográfico à Formalização
A CãoViver nasceu de uma iniciativa informal em 2011, com visitas ao canil municipal para registar fotograficamente os animais, um passo que se revelou "extremamente importante na adoção dos mesmos." "O que quisemos foi permitir que todos os animais tivessem ainda uma estadia leve enquanto aguardavam um lar na jaula," explica Ana Ceriz.
A formalização da associação foi necessária para criar uma "escala organizada de voluntários, famílias de acolhimento e socorrer animais por conta própria também." A fundadora expressa ainda orgulho pelo facto de muitas das pessoas fundadoras permanecerem ativas na CãoViver.
O Desafio das Adoções Responsáveis
O maior desafio da CãoViver não é logístico, mas sim emocional: "O desafio emocional são as despedidas," confessa Ana Ceriz, referindo-se aos animais que já passaram pelo trauma do abandono.
O processo de adoção na CãoViver é "fácil mas rigoroso":
- Conhecimento: As famílias conhecem o animal.
- Entrega: A associação leva o animal à sua futura casa e é assinado um termo de responsabilidade.
- Acompanhamento: O chip só é passado para o nome da nova família quando existem "algumas garantias de que tudo está a correr bem no novo lar," minimizando o risco de novos abandonos ou maus-tratos.
O Sonho para 2026: Espaço Próprio e Sensibilização
Olhando para o futuro, o grande sonho da CãoViver é ambicioso: ter um espaço próprio. Contudo, este é também o mais difícil de concretizar devido às restrições legais.
Para 2026, os objetivos principais passam por:
- Colocar a sede administrativa em pleno funcionamento.
- Continuar a receber voluntários.
- Manter as campanhas de sensibilização em escolas, lares e junto de grupos, essenciais para educar sobre o respeito e o tratamento animal.
- Continuar a resgatar e encaminhar animais para adoção responsável.
A CãoViver reitera o seu compromisso de "persistir num mundo que ainda tem muito a aprender com os animais."
