Moçambique junta governantes africanos e empresários em Nova Iorque na defesa do Miombo

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Nova Iorque, 23 set 2024 (Lusa) - Moçambique junta hoje, em Nova Iorque, governantes dos países africanos abrangidos pela Floresta do Miombo e empresários norte-americanos para se encontrar mecanismos de financiamento e defesa daquela área natural, iniciativa do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.

O diálogo de alto nível sobre a Iniciativa do Miombo, dinamizada por Moçambique e que espera reunir chefes de Estado e do Governo de países africanos, vai decorrer à margem da 79.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, e da Cimeira do Futuro.

“O Presidente da República pretende consolidar o mecanismo de financiamento da Iniciativa do Miombo, divulgar a plataforma de governação e gestão dos fundos da Iniciativa do Miombo e reforçar o compromisso de financiamento para operacionalização da carta de intenções adotada em Washington”, explicou a Presidência moçambicana.

A Floresta de Miombo cobre dois milhões de quilómetros quadrados e garante a subsistência de mais de 300 milhões de habitantes, constituindo o maior ecossistema de florestas tropicais secas do mundo, enfrentando também problemas de desflorestação.

O Governo moçambicano espera mobilizar investimentos para proteger a Floresta do Miombo estimados no plano de ação em 550 milhões de dólares (518 milhões de euros), dos quais 154 milhões de dólares (144,5 milhões de euros) foram garantidos desde 2022.

Filipe Nyusi está a realizar uma visita de quatro dias a Nova Iorque, onde participa, além do evento dedicado à Floresta do Miombo, na Cimeira do Futuro, que termina hoje, sob o lema “Soluções Multilaterais para um Amanhã Melhor” e com a chancela da Assembleia Geral das Nações Unidas.

O Presidente moçambicano afirmou em 18 de abril, na capital norte-americana, que a defesa da Floresta do Miombo “já entrou no mapa", após a conferência internacional realizada nesse período em Washington.

Na mesma altura foi adotada verbalmente a Carta do Compromisso por parte dos 11 Estados, incluindo Moçambique e Angola, os que mais área têm desta floresta, que integra, na introdução, “os pressupostos para a sua adoção, reconhecimento do impacto do desmatamento, baixo financiamento, necessidade de financiamento à escala e colaboração entre as partes”, bem como a previsão de um mecanismo de financiamento e a necessidade de criação de um fundo a ser baseado em Moçambique para a sua preservação.

“Nós fazemos um balanço extremamente positivo do trabalho que fizemos. Estamos a criar bases, já não se fala só da Amazónia. Miombo já entrou no mapa”, afirmou Filipe Nyusi, em Washington, ao fazer o balanço da visita.

Nyusi encerrou em 17 de abril a Conferência Internacional sobre o Maneio Sustentável e Integrado da Floresta do Miombo, que decorreu durante dois dias, em Washington, na qual os 11 países da África austral que integram a Floresta do Miombo adotaram a Carta de Compromisso para defesa da área.

A conferência de abril teve o apoio do International Conservation Caucus Foundation e pela Wildlife Conservation Society, e resultou da iniciativa do Presidente moçambicano, que, em agosto de 2022, reuniu os líderes de outros 10 países na "Declaração de Maputo sobre a Floresta de Miombo", para promover uma abordagem comum na "Gestão Sustentável e Integrada das Florestas do Miombo e a Proteção da Bacia do Grande Zambeze", maior bacia transacional da região.

Palavra suaíli para ‘brachystegia’, miombo é um género de árvore que inclui um grande número de espécies e uma formação florestal que compõe o maior ecossistema florestal tropical em África, sendo fonte de água, alimento, abrigo, madeira, geração de eletricidade e turismo.

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