De acordo com a sondagem, Gouveia e Melo perdeu 6,7 pontos percentuais, encontrando-se agora em situação de empate técnico com Marques Mendes e António José Seguro, tanto na primeira como na segunda volta. Esta descida abrupta nas intenções de voto parece ter impulsionado o candidato a reavaliar a sua abordagem de campanha.
Apesar de desvalorizar os resultados da sondagem, afirmando que "se me orientasse pelas sondagens, não fazia metade do percurso que fiz até agora", o ex-chefe do Estado-Maior da Armada admitiu uma mudança de tática. Gouveia e Melo reconheceu que, até ao momento, procurou "convencer a bolha mediática" de que a sua candidatura não representa um risco para a democracia. Contudo, prometeu adotar "posições mais vincadas" a partir de setembro.
O candidato também se referiu à sua condição de "corpo estranho ao que era normal em termos de candidatos presidenciais e de sistema político-partidário", considerando "natural" a resistência por parte do sistema e dos media. Esta autoperceção sugere que a nova fase da campanha poderá passar por uma postura mais assertiva e menos conciliatória em relação às críticas e ao panorama político estabelecido.
Por outro lado, a reação à sondagem por parte de Marques Mendes foi de notório entusiasmo. "Esta sondagem, para mim, é muito encorajadora", declarou ontem, terça-feira, o comentador político. Marques Mendes recordou que a sua candidatura foi inicialmente classificada por muitos como uma "loucura" e que a eleição estaria "decidida". Agora, salientou, o cenário alterou-se drasticamente: "Estamos num empate".
Com setembro a aproximar-se, a corrida presidencial promete aquecer, com Gouveia e Melo a preparar-se para uma fase mais combativa e os seus concorrentes a reagirem às flutuações das intenções de voto.