O dia em que te mudes para outro país já não és viajante, nem turista. Não és local, mas não és estrangeiro. Estás no meio.
A meio termo entre a vida que viveste e a que escolheste viver. Entre a saudade e o sentires-te em casa. Entre o conforto e o desconforto do teu novo lar.
Mas sabes que não estás sozinho nessa indeterminação entre lugares e existências, a viver nas entrelinhas daquilo que foi e do que poderia ser. Numa luta mental entre o pretérito imperfeito e o futuro condicional.
Sentes-te estrangeiro numa terra que te faz sentir em casa. É seres diferente, mas igual a tantas outras aves migratórias que passaram por onde estás. É fazer parte desse movimento migratório que não sabe se vai ou se fica. Que não sabe se o caminho termina aqui ou se a viagem mal começou.