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O ano de 2025 apresenta-se como uma oportunidade única para repensarmos o futuro das autarquias em Portugal. Estas eleições autárquicas não serão apenas mais um ato eleitoral; serão um momento de reflexão sobre quem queremos a liderar os nossos municípios e sobre a direção que queremos seguir enquanto país.

Chegou a hora de decidir: continuaremos a eleger autarcas que perpetuam ciclos de favoritismo e interesses pessoais, ou apostaremos em lideranças que coloquem os cidadãos e os territórios no centro da sua ação?

É evidente que as práticas autárquicas do passado já não servem os desafios do presente. A população está cansada de promessas repetidas, de discursos vazios e de projetos que nunca saem do papel. Não podemos aceitar câmaras municipais que mais parecem feudos, geridas por líderes que tratam o poder como uma propriedade privada. A democracia local exige transparência, competência e uma visão estratégica orientada para o bem comum.

Ao mesmo tempo, a insistência numa descentralização sem regionalização levanta sérias dúvidas sobre o compromisso real com a coesão territorial. Transferir competências para os municípios sem garantir os recursos necessários é como pedir a alguém que construa uma casa sem ferramentas. É uma solução aparentemente prática, mas, na realidade, é frágil e insuficiente. Se quisermos combater as desigualdades regionais, precisamos de dar um passo em frente na implementação de uma regionalização que permita aos territórios gerir o seu futuro com autonomia e eficácia.

Outro aspeto que merece atenção é o papel da oposição. Infelizmente, em muitas autarquias, a oposição tende a desaparecer após as eleições, deixando o poder local sem o escrutínio necessário. A ausência de uma oposição ativa não só enfraquece a democracia, como também compromete a qualidade da governação. É fundamental que, em 2025, as forças políticas demonstrem um compromisso sério com o acompanhamento das decisões autárquicas e com a fiscalização dos executivos municipais.

E não podemos ignorar a questão da corrupção, que continua a ser um dos maiores obstáculos à confiança nas instituições. São demasiados os casos que surgem e que descredibilizam a política local. A responsabilidade recai também sobre os eleitores, que não podem continuar a escolher líderes que colocam os seus interesses pessoais à frente do bem público. É imperativo eleger autarcas íntegros, comprometidos e capazes de responder às necessidades das suas comunidades.

As campanhas eleitorais, por sua vez, têm de se afastar do espetáculo e focar-se no essencial. Em vez de promessas grandiosas e, muitas vezes, irrealizáveis, é crucial que os candidatos apresentem propostas concretas e exequíveis. Também o papel do governo central nas campanhas deve ser repensado, evitando-se que se criem expectativas irrealistas através de promessas que não têm sustentação no orçamento.

No final, o futuro das autarquias está nas mãos dos eleitores. Em 2025, teremos a oportunidade de escolher líderes que estejam verdadeiramente comprometidos com o progresso dos seus territórios. Este será um ano crucial para o desenvolvimento local e para a consolidação das autarquias como pilares do crescimento e da coesão nacional. Que estas eleições marquem o início de um novo ciclo, assente em responsabilidade, ética e uma visão clara para o futuro.

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