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As Assembleias Municipais são, na governação local, o guardião da transparência e da fiscalização. Muitas vezes à sombra da câmara municipal, as Assembleias desempenham uma função vital para garantir que o exercício do poder se realiza de forma justa, equilibrada e responsável.

São, essencialmente, os olhos críticos que observam e questionam as decisões do executivo municipal, assegurando que estas servem realmente o interesse público. Sem a sua intervenção, a governação local poderia facilmente tornar-se uma prática desprovida de escrutínio e de controlo, comprometendo a democracia.

A principal função das Assembleias Municipais é a fiscalização da câmara municipal. Este papel de vigilância é essencial para garantir que as decisões tomadas são transparentes e respeitam os princípios da boa gestão pública. A Assembleia deve ter, portanto, acesso à informação relevante e atempada sobre a execução do orçamento, as obras públicas e as políticas municipais, de modo a poder questionar, corrigir e propor melhorias. Sem este acesso e sem autonomia para atuar, a fiscalização perde o seu poder e a câmara poderá agir sem a devida prestação de contas.

Além da fiscalização, as Assembleias Municipais são responsáveis pela aprovação de planos e orçamentos municipais. Estes documentos determinam a aplicação dos recursos públicos e a definição das prioridades do município. A qualidade do debate e da análise nas Assembleias é, por isso, crucial para assegurar que as opções tomadas são realmente as mais adequadas para o bem-estar da população. Decisões que envolvem grandes investimentos em infraestruturas, educação, saúde ou apoio social têm um impacto direto na vida dos cidadãos, pelo que a responsabilidade nas deliberações é fundamental.

Outro aspeto essencial do papel das Assembleias Municipais é a sua função representativa. Composta por eleitos diretamente pelos cidadãos, a Assembleia deve refletir a diversidade política e social do concelho. É fundamental que os deputados municipais sejam voz ativa na defesa dos interesses dos seus concidadãos, garantindo que todas as partes da comunidade têm a oportunidade de ser ouvidas e representadas. No entanto, a representatividade vai além da mera presença. Os deputados devem ser agentes de mudança, promovendo o diálogo entre a câmara municipal e a população, e não apenas ocupando os seus lugares sem intervir de forma construtiva.

A participação cidadã é outro ponto fulcral da democracia local. Embora as sessões das Assembleias Municipais sejam abertas ao público, muitas vezes o nível de participação dos cidadãos é baixo, o que limita a sua capacidade de influenciar as decisões. Para promover uma maior envolvência da população, é essencial adotar mecanismos que facilitem a comunicação entre eleitos e eleitores, como transmissões online das reuniões, consultas públicas sobre temas relevantes e a promoção de espaços de diálogo direto. A falta de participação cidadã enfraquece a democracia local, tornando as Assembleias um espaço distante da realidade da população.

Um exemplo concreto de como uma Assembleia Municipal pode exercer uma intervenção eficaz ocorreu recentemente na Assembleia Municipal de Cascais. A população da freguesia de Carcavelos e Parede, insatisfeita com a falta de transportes públicos e a congestão no trânsito, levou a sua preocupação à Assembleia. Através de um processo de participação pública e da mobilização de um número significativo de cidadãos, a Assembleia Municipal de Cascais conseguiu interpelar a câmara municipal, que foi obrigada a revisar os planos de transporte e a melhorar a infraestrutura rodoviária na região. Esta ação demonstra como, quando há uma forte ligação entre os cidadãos e as suas representações locais, as Assembleias Municipais podem ser um instrumento poderoso para promover mudanças significativas na vida da comunidade.

Em conclusão, as Assembleias Municipais são estruturas fundamentais para garantir a boa governação local. A sua capacidade de fiscalizar, de representar e de promover a participação cidadã é essencial para que a democracia funcione de forma eficaz e eficiente. Quando bem desempenhado, o papel da Assembleia Municipal pode ser um elemento chave para o desenvolvimento equilibrado e justo das comunidades locais.

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