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Bruxelas, 06 nov 2024 (Lusa) – A comissária europeia nomeada por Portugal para a pasta dos Serviços Financeiros disse hoje que o foco do seu mandato, se for eleita, será a estabilidade do sistema, após ter trabalhado no setor “a partir de múltiplas perspetivas”.

“A grande âncora [do mandato] será a estabilidade do sistema financeiro”, caso tenha aval parlamentar, disse hoje Maria Luís Albuquerque, falando numa audição no Parlamento Europeu, em Bruxelas, intervenção na qual prometeu trabalhar para um “sistema financeiro robusto e estável”.

Após ter exercido cargos públicos como os de ministra das Finanças no período da anterior crise financeira e de secretária de Estado do Tesouro e de ter passado pelo setor privado como diretora não executiva em empresas como a gestora de fundos europeia Arrow Global e o banco mundial Morgan Stanley, a responsável disse ter tido a “possibilidade de observar e interagir com a indústria dos serviços financeiros a partir de múltiplas perspetivas”.

“Penso que a minha combinação em termos de experiência […] significa uma ligação entre as políticas públicas e como são executadas no terreno”, pelo que “irei usar a minha experiência e conhecimento para servir o interesse da UE [União Europeia] e dos seus cidadãos”, vincou.

Referindo-se à experiência de ter sido ministra das Finanças entre 2013 e 2015, Maria Luís Albuquerque disse aos eurodeputados ter visto de perto os “anos difíceis” de crise em Portugal e na UE, razão pela qual tirou uma “grande lição”, de que “a estabilidade financeira será sempre um pré-requisito para uma economia forte”.

Nomeada para a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e Investimento, Maria Luís Albuquerque é hoje ouvida em Bruxelas pela comissão parlamentar dos Assuntos Económicos e Monetários, em conjunto com as comissões do Mercado Interno e a da Proteção dos Consumidores e das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos.

Esta audição parlamentar é um passo fundamental para a nomeação da antiga ministra das Finanças e ex-gestora de fundos ter aval dos eurodeputados para fazer parte do segundo executivo comunitário liderado por Ursula von der Leyen, após outras etapas, como a escolha do seu nome pelo Governo português, a atribuição da pasta pela presidente da instituição, a apresentação de uma declaração de interesses e o envio de respostas escritas a perguntas do Parlamento Europeu.

Aos 57 anos, a antiga governante portuguesa é uma das 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% para mulheres e de 60% de homens) do próximo executivo comunitário de Von der Leyen, agora sujeito a aval parlamentar, que tem como principal missão a competitividade económica comunitária.

É necessária ‘luz verde’ de uma maioria de dois terços dos eurodeputados, sendo que a decisão final será anunciada a 21 de novembro pela Conferência de Presidentes da assembleia europeia (organismo que junta os líderes das bancadas parlamentares e a presidente da instituição, Roberta Metsola).

No dia 21 de novembro, o processo referente ao novo colégio de comissários europeus fica fechado, com a votação derradeira em plenário do Parlamento Europeu a ser realizada na cidade francesa de Estrasburgo na sessão do final deste mês (marcada para 25 a 28 de novembro).

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