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Conceptualizar a Gratidão como um sentimento, uma virtude, um valor social, um traço da personalidade, uma característica da educação ou uma atitude de reconhecimento,

por um bem recebido, poderá ter interesse na perspectiva argumentativa, no plano teórico da construção de uma tese, no âmbito da demonstração de boas maneiras.

O essencial, porém, poderá ser abordado no plano prático, pela revelação de comportamentos coerentes e permanentes, de reverência e humildade, perante quem e/ou a quem se presta ou deve Gratidão, independentemente do tempo, do espaço e das circunstâncias em que se recebeu o benefício, posterior e definitivamente, objeto de Gratidão. Não se defende, nem se exige, uma Gratidão de humilhação, nem de subserviência, nem de dependência, nem eternamente renovada, muito embora possa ser, sempre que oportuno, sinceramente manifestada, carinhosamente invocada.

Adotar uma conduta de Gratidão acaba por ser recompensador para quem a recebe, e para quem a manifesta, trata-se de uma atitude nobre, de humildade e elevada dignidade, que só engrandece quem a pratica, verdadeira e genuinamente, mas também proporciona alegria e prazer a quem tem a generosidade de fazer bem e ver-se, assim, reconhecido, considerado, estimado, enfim, distinguido.

Gratidão, gentileza, humildade serão conhecimentos, princípios, valores, deveres, boas práticas, ou quaisquer outras designações que, na mentalidade de quem não os pratica, possivelmente, não se enquadram num saber-fazer que proporciona lucros, dividendos materiais em numerário ou de natureza ainda mais substantiva. Como se chega a esta insensibilidade é uma questão que se entende cada vez mais nitidamente, pelas razões já apontadas, entre outras, eventualmente, ainda mais graves.

A Gratidão é, portanto, um sentimento que se funda na virtude do reconhecimento, da homenagem e da amizade, porque quem é alvo de Gratidão é porque: primeiro, procedeu para com outrem de forma excecional, a que, eventualmente, nem estaria obrigado a tal, então, o beneficiário da atenção recebida, sente-se como que realizado na sua capacidade de agradecer quando manifestar Gratidão, ao ponto de o fazer com um misto de amizade, orgulho e admiração; depois, entre as pessoas envolvidas estabelece-se, de ora em diante, como que um cordão umbilical duradoiro, pelo qual circulará uma amizade e benquerença que, obviamente, conduz a uma maior harmonia, tranquilidade e realização pessoal. A Gratidão não humilha, nem minimiza quem a manifesta, pelo contrário, enobrece, engrandece e dignifica a pessoa que sabe ser GRATA.

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