Lisboa, 9 de julho de 2025 – Uma vasta operação policial e judicial abalou hoje várias instituições públicas em Portugal, com buscas e detenções relacionadas com suspeitas de corrupção, fraude e utilização indevida de fundos europeus, incluindo os do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
A ação, coordenada pela Polícia Judiciária (PJ) e pelo Ministério Público (MP), contou também com a participação da Procuradoria Europeia, realçando a dimensão transnacional das investigações.
Entre os alvos da operação, conhecida em parte como "Operação Nexus", destacam-se o Banco de Portugal (BdP), que é visado pela segunda vez em apenas três meses por casos de corrupção, várias universidades, como a do Porto e a de Coimbra, e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
A Casa da Música, no Porto, também confirmou ter sido alvo de buscas.
Até ao momento, foram detidas seis pessoas no âmbito desta operação. As suspeitas incidem sobre a celebração de contratos e a gestão de verbas, com especial atenção aos contratos estabelecidos entre algumas destas instituições e empresas privadas.
No caso do Banco de Portugal, o foco da investigação tem sido a empresa Decunify, que celebrou contratos no valor de 1,8 milhões de euros com a instituição. Esta empresa está no centro da "Operação Nexus", levantando questões sobre a legalidade e a transparência destas transações.
As autoridades revelaram que mais de uma centena de buscas foram realizadas em diversas localizações, sublinhando a amplitude da investigação que visa combater a corrupção na utilização de fundos da União Europeia. A natureza e a gravidade das acusações indicam um esforço concertado para desmantelar esquemas de fraude que têm lesado o erário público e comprometido a integridade das instituições.
As investigações prosseguem e espera-se que mais detalhes sejam divulgados nos próximos dias, à medida que as autoridades analisam a vasta quantidade de documentos e provas recolhidas.