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E se Donald Trump estivesse ao serviço da Rússia? A pergunta pode parecer absurda, mas, no entanto, foi feita este ano por um senador norte-americano, dadas as posições e decisões de Donald Trump sobre a Ucrânia, a segurança internacional, a Europa e a defesa transatlântica: “O presidente Trump é um activo russo?”
A resposta carece de provas formais.

Mas Donald Trump tem uma relação antiga com a Rússia.

Em 1987, ainda em plena União Soviética, visitou Moscovo e ficou instalado na suite outrora ocupada por Lenine. Dois meses depois, publicou anúncios de página inteira nalguns dos principais jornais norte-americanos a criticar a política externa americana, a NATO e os aliados europeus — um discurso que antecipava muito do que defende hoje...
Em 2008, em plena crise financeira, vendeu uma mansão em Palm Beach pelo dobro do preço - 95 milhões de dólares - a um oligarca russo que nunca a habitou. Para muitos analistas, o negócio salvou Trump de uma possível bancarrota naquela altura.

Regressou a Moscovo em 2013 para organizar o concurso Miss Universo. Tentou reunir-se com Putin, mas recebeu dele naquela altura apenas um presente pessoal e uma carta assinada.
Nesse mesmo ano, o projeto de uma Trump Tower em Moscovo avançou com uma parceria com um oligarca próximo do Kremlin e o apoio financeiro de um banco estatal russo. Mas nunca foi construída. A anexação da Crimeia inviabilizou-lhe o desejo.

Mais interessante é o relatório Mueller sobre a interferência russa nas eleições de 2016. Estão documentados dezenas de contactos entre pessoas do círculo de Trump e agentes ou representantes com ligações ao Kremlin. Recorde-se que o seu conselheiro de segurança nacional, Michael Flynn, foi forçado a demitir-se mais tarde por ter ocultado contactos com o então embaixador russo.

Durante esse primeiro mandato, Trump desvalorizou a NATO, atacou os aliados europeus, tentou retirar os EUA de compromissos multilaterais e elogiou repetidamente Vladimir Putin.
Em 2022, durante a presidência de Biden, saudou a ofensiva russa na Ucrânia como “um golpe de génio”. E assumiu ter continuado a falar com o presidente russo.
Trump e Putin não são aliados. São espelhos. Ambos partilham o objectivo de destruir o projecto europeu, enfraquecer o seu potencial estratégico e transformar a Europa numa periferia dividida e vassalizada. E a ironia é que são precisamente os partidos que se autoproclamam patriotas os mais úteis nesse processo de submissão, ora a Washington, ora a Moscovo.
Há uns anos, Hollywood imaginou um cenário onde um soldado americano é tornado herói de Guerra, mas na realidade “programado” psicologicamente e manipulado para subir na política e sabotar a democracia a partir de dentro. O filme chamava-se “O Candidato da Manchúria”. Era ficção. Mas hoje, a pergunta poderia fazer sentido. E se Trump fosse um “Candidato da Manchúria”?
 
 

 


 



 

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