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O Que Pensa a Sociedade Portuguesa Sobre a Imigração?

Nos últimos anos, a imigração tornou-se um tema central no debate público em Portugal, especialmente com o aumento da diversidade cultural resultante da chegada de imigrantes de diferentes nacionalidades. Um recente estudo realizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) analisa as perceções da sociedade portuguesa acerca deste fenómeno e revela algumas tendências notáveis.

De acordo com o Barómetro da Imigração, divulgado na semana passada, 68% dos portugueses acreditam que a política de imigração deve ser menos permissiva e mais regulada. Este número sugere uma preocupação crescente sobre a gestão da imigração no país. Não obstante, quando questionados sobre a contribuição dos imigrantes para a economia, mais de 67% dos inquiridos reconhecem que os imigrantes têm um papel positivo no crescimento económico de Portugal.

Um dos dados que mais se destaca é a discrepância entre a percepção e a realidade dos imigrantes no que se refere às suas contribuições para a Segurança Social. A maioria dos entrevistados considera que os trabalhadores estrangeiros recebem mais da Segurança Social do que aquilo que contribuem. No entanto, os dados oficiais contradizem esta visão, indicando que, em 2023, o saldo de contribuições dos imigrantes para a Segurança Social foi positivo, atingindo cerca de 2.200 milhões de euros.

A relação entre a imigração e a segurança pública também foi um aspecto abordado no estudo. Embora uma parte significativa da população tenha expressado preocupações sobre a criminalidade associada à imigração, a análise revela que os níveis de criminalidade entre imigrantes são, na verdade, inferiores aos de cidadãos nacionais, desmistificando alguns dos preconceitos existentes.

Além disso, a pesquisa também destacou que as opiniões sobre a imigração variam conforme a orientação política dos indivíduos. Aqueles que se identificam com partidos de direita tendem a ser mais críticos em relação à imigração do que os que se alinham com forças políticas mais à esquerda, refletindo um padrão comum em muitos países europeus.

Gonçalo Matias, um dos especialistas entrevistados, afirma que, apesar de algumas resistências, “há uma abertura crescente dos portugueses em relação à imigração”. Este otimismo é sustentado por testemunhos de imigrantes que relatam experiências positivas, reforçando a ideia de que a integração cultural é possível e benéfica.

Num contexto onde a imigração está a moldar a sociedade portuguesa, a necessidade de um debate mais informado e menos polarizado é premente. A convivência entre diferentes culturas não deve ser vista como uma ameaça, mas antes como uma oportunidade para enriquecer a identidade nacional e potenciar o desenvolvimento económico.

Em conclusão, enquanto a sociedade portuguesa continua a debater a imigração, é essencial distinguir factos de perceções e promover uma maior inclusão e entendimento das realidades que os imigrantes trazem consigo. A imigração não é apenas uma questão económica; é um fenómeno humano que, corretamente gerido, pode fortalecer o tecido social português e contribuir para um futuro mais próspero e diversificado.

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