Dirigentes justos na partilha das riquezas



Todos nascem livres e iguais, detentores dos mesmos direitos e deveres, embora se reconhecendo que, atualmente, as influências económicas, culturais, religiosas, políticas, ético-morais e outras

, são muito fortes para que se consigam alterações de fundo na redistribuição das riquezas naturais, controladas pelos habitantes dos territórios físicos, onde elas foram colocadas pela Natureza.

Reconduzindo a reflexão para os planos nacionais, igualmente se verifica que, certamente, em todos os países, a justiça distributiva das riquezas materiais e/ou imateriais, também está ao nível da utopia ou de uma miragem, inacessível à esmagadora maioria das populações, quanto ao respetivo benefício.

Naturalmente que o Estado, através dos órgãos específicos, geridos por pessoas, tem responsabilidades acrescidas, na medida em que: por um lado, coercivamente, obriga o cidadão a pagar determinadas contribuições, impostos, taxas e serviços à comunidade; mas, por outro lado, favorece-se a si próprio. O Estado é uma elite sem rosto, servido pelos cidadãos eleitos, ou nomeados.

A situação de flagrantes injustiças, na distribuição de bens e serviços, fica-se a dever à deficiente formação de uma parte dos responsáveis político-governantes e a uma notória insensibilidade para estas questões, agravada por comportamentos autoritários de poder, de arrogância, de pseudo-competências e, principalmente, por práticas reiteradamente injustas, notoriamente, em sistemas autocrático-ditatoriais.

A sociedade, as instituições e quaisquer organizações, independentemente dos seus fins, carecem de ter à sua frente, dirigentes justos, no sentido da coerência, imbuídos de um espírito de compreensão, tolerância, humanismo e respeito pela dignidade do seu semelhante.

A justiça, qualquer que ela seja, só será verdadeiramente realizada por pessoas justas porque não obstante o conceito roussiniano, segundo o qual “o homem é naturalmente bom”, o que parece ainda não estar provado, igualmente se pode aceitar que o homem nasce naturalmente impreparado para viver com regras, valores, direitos e deveres, sendo a sociedade, através dos seus diversos agentes e instrumentos de socialização, que o vai preparar para se integrar plenamente (ou não) numa determinada ordem.

Desconhece-se, portanto, se o homem é justo pela sua natureza ou, se não o sendo, o poderá vir a ser pela educação, formação, cultura e religião. Se esta segunda hipótese for a correta, então o homem tem de ser preparado para ser justo, como cidadão, como pessoa, como profissional, qualquer que seja o seu estatuto.

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