O novo apoio à deslocação, destinado a professores colocados em escolas a mais de 70 quilómetros da sua residência, está a gerar polémica devido ao impacto nas remunerações líquidas dos docentes.
Embora tenha sido uma medida bem-vinda por muitos, os professores estão a ver os seus salários encolherem pela aplicação de impostos sobre este subsídio.
Em dezembro, muitos docentes receberam pela primeira vez este apoio, que pode variar entre 150 e 450 euros mensais, dependendo da distância entre a residência fiscal e o local de trabalho. No entanto, o que deveria ser um alívio financeiro transformou-se numa maior carga fiscal, já que o subsídio é tributado em sede de IRS e Segurança Social. Esta situação resultou em que vários professores vissem os seus rendimentos líquidos reduzidos, levando à insatisfação e descontentamento no sector.
O Movimento Escola Pública expressou a sua preocupação, sublinhando que a ineficácia do apoio à deslocação, combinado com a carga fiscal, está a desmotivar os docentes. Muitos sentiram-se enganados pelo governo e, em resposta à exaustão e desmotivação, têm apresentado baixas médicas.
Num contexto em que a educação enfrenta cada vez mais desafios, a situação revela-se alarmante. A falta de incentivos adequados pode levar a um aumento da desistência no âmbito da profissão docente, colocando em risco a qualidade do ensino e a estabilidade nas escolas.
Enquanto o apoio à deslocação foi implementado com a intenção de ajudar os professores, as consequências inesperadas revelam a necessidade de uma revisão urgente das políticas de apoio e fiscalidade aplicadas, para garantir que os docentes possam exercer a sua profissão com dignidade e segurança financeira.