Foi a 25 de março de 1957 que se assinou o tratado mais importante da nossa era no espaço geográfico europeu. Pela primeira vez desde que existe memória as principais potências do continente assinavam um tratado de paz e de união: o Tratado de Roma.
Bélgica, França, Itália, Luxemburgo, Alemanha (ocidental) e Holanda conceberam a base política que salvou o velho continente dos conflitos que pautaram os séculos anteriores e criaram a possibilidade de agregar a Europa com o objetivo de a tornar uma potência mundial.
Naturalmente, ao longo de tantos anos, o esforço de integração foi construindo uma comunidade de países maior e mais robusta do que aquela que existia no seu momento fundador. Em março de 1977, Portugal pediu formalmente a adesão à família europeia e adere como membro em 1986, numa altura em que Aníbal Cavaco Silva era Primeiro-Ministro. Foi uma época de franco desenvolvimento social e económico.
Portugal teve a oportunidade de prosperar e aprender com a CCC, mais tarde União Europeia. Ficámos maiores e mais desenvolvidos sob todos os aspetos.
Em 2024, vão acontecer as eleições europeias. Portugal tem 21 lugares para os seus deputados ao Parlamento Europeu. É, por isso, normal que possamos analisar “este tempo” e “este espaço” para estarmos mais bem informados.
Os maiores proveitos para a minha geração com a agregação desta união de países foi claramente a livre circulação de pessoas e bens, criando um espaço onde qualquer cidadão pode criar a sua vida em paz, com um horizonte de prosperidade em total consciência de liberdade e direitos humanos integrados, num investimento claro na melhoria progressiva da qualidade de vida, incorporando uma cultura própria e assente nos valores europeus e ocidentais.
Nestas eleições temos de ter a capacidade de entender que num projeto desta magnitude existem sempre ameaças que podem perigar a afirmação da nossa União.
Se tiver de elencar alguma ameaças começo naturalmente com a questão da defesa. Vivemos hoje uma guerra no nosso espaço geográfico consequente da invasão da Rússia de Putin, sendo que é necessário continuar o apoio incondicional à Ucrânia.
O cenário ucraniano é importante no sentido em que é o sinal claro de que investir na defesa é investir na nossa segurança. Estreitar os laços com a NATO é criar o ecossistema necessário para nos defendermos dos facínoras que infelizmente ainda ameaçam o nosso mundo.
São também ameaças o aumento do custo de vida com a inflação e o agigantar dos extremos populistas e manipuladores que se usam de alguns nacionalismos que já não deviam ter lugar nos nossos tempos e se aproveitam de ressentimentos e das dificuldades das pessoas. Um ponto importante é também a crise climática e a nossa dependência energética.
Como oportunidades para mitigar as ameaças e melhorar o ambiente sócio-económico temos a participação ativa na busca de soluções que promovam o desenvolvimento social e económico sustentável, em conjunto com os jovens das novas gerações para que vivam a diversidade em cooperação e façam crescer as relações intercomunitárias entre os povos europeus que nas suas diferenças escolhem a ser unidos.
O Tratado de Roma fundou a “União” e união é a palavra que temos de levar como mote das próximas eleições europeias!