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As apostas online em Portugal registaram uma receita de 15 mil milhões de euros nos primeiros nove meses de 2024, um valor que iguala o montante total arrecadado durante todo o ano de 2023.

Este crescimento exponencial tem levantado preocupações tanto financeiras como sociais, especialmente em relação ao impacto da literacia financeira da população portuguesa.

De acordo com dados do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ), as receitas brutas das apostas desportivas e jogos de fortuna dispararam 23,7% em comparação com o ano anterior, refletindo uma tendência crescente que parece não dar sinais de abrandamento. Este aumento é particularmente notável dado que os portugueses, em média, estão a investir 926 mil euros por hora em jogos online.

Entretanto, os especialistas alertam que o aumento nas apostas online é inversamente proporcional ao nível de literacia financeira dos cidadãos. Estudos indicam que a falta de conhecimentos financeiros adequados tem contribuído para comportamentos de jogo de risco, especialmente entre os jovens. Um em cada cinco jovens com 18 anos já experimentou apostas online, com muitos a relatar que passam várias horas por dia a jogar.

A combinação de fácil acesso a plataformas de apostas online e a ausência de uma educação financeira robusta poderá estar a criar um ciclo perigoso, onde os indivíduos apostam quantias que, em muitos casos, não podem dar-se ao luxo de perder. Esta situação levanta questões sobre a responsabilidade das autoridades em fornecer informações e recursos para ajudar os cidadãos a desenvolverem uma compreensão mais sólida sobre a gestão financeira e os riscos associados ao jogo.

Com o número total de apostadores a atingir quase quatro milhões, o impacto das apostas online na sociedade portuguesa continua a ser significativo, levantando preocupações sobre a necessidade de medidas que protejam os consumidores e promovam uma abordagem mais responsável ao jogo.

O governo e as entidades reguladoras enfrentam agora a tarefa de equilibrar a liberdade de mercado com a proteção dos cidadãos, considerando a implementação de políticas mais rigorosas que possam mitigar os efeitos nocivos do jogo excessivo e promover uma maior literacia financeira entre a população.

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