Governo português prepara planos de apoio a eventuais deportados dos EUA
O Governo português está a monitorizar com atenção as recentes ameaças de deportações em massa de imigrantes indocumentados nos Estados Unidos, sem prever, para já, uma situação alarmante.
O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Carlos Pereira, admitiu um aumento nas deportações de cidadãos portugueses, mas enfatizou que não há necessidade de criar um clima de pânico.
"Temos conhecimento de que, anualmente, cerca de 300 cidadãos são deportados para Portugal e a nossa estrutura está preparada para integrar estes repatriados de forma natural, quer no continente, quer nas Regiões Autónomas", afirmou Pereira em declarações recentes. O governante sublinhou que as autoridades consulares mantêm planos permanentes para apoiar portugueses que enfrentem situações de emergência.
Os dados apontam que cerca de 3.600 portugueses podem estar em situação vulnerável nos EUA, especialmente aqueles que excederam o prazo de estadia após a visita temporária. A comunidade portuguesa nos Estados Unidos é uma das mais numerosas, concentrando-se sobretudo em estados como Massachusetts e Rhode Island.
Enquanto o Governo português trabalha para assegurar o bem-estar dos cidadãos que possam experimentar deportações, o executivo açoriano já começou a preparar um plano de contingência específico para acolher emigrantes açorianos que venham a ser repatriados. A medida visa garantir uma reintegração eficaz e um suporte adequado a estes cidadãos no seu regresso a casa.
Apesar das incertezas, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, que também comentou a situação, afirmou não temer que as possíveis deportações tenham um impacto significativo em Portugal. O Governo continua a orientar as suas estratégias em diálogo constante com as autoridades consulares, garantindo que estão prontos para apoiar as comunidades afetadas.
A situação permanece sob vigilância, com a certeza de que a solidariedade e os mecanismos de apoio estão em funcionamento para assegurar a dignidade e os direitos dos cidadãos portugueses envolvidos neste processo.