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Os trabalhadores bancários enfrentam mudanças profundas e desafios crescentes

Nos últimos anos, aprofunda-se a segmentação entre os trabalhadores bancários, com os veteranos a gozar de benefícios e segurança no emprego, embora com perda contínua de benefícios, enquanto os recém-chegados encaram salários mais baixos e precariedade. A rotatividade aumenta, refletindo um setor em reestruturação e sob pressão. Os ex-bancários procuram novos rumos fora do ambiente tóxico da banca, sinalizando uma transição marcante.

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Nos últimos anos, tem sido notório o surgimento de uma segmentação entre os trabalhadores bancários, refletindo as mudanças e desafios enfrentados por aqueles que dedicam as suas vidas à profissão. Por um lado, os trabalhadores com mais de 20 ou 30 anos com contratos mais conservadores, aguardam a chegada da passagem à reforma, beneficiando do crédito à habitação bonificado e um subsistema de saúde abrangente, direitos que, entretanto, foram sendo perdidos e uma reforma pouco digna para tantos anos de trabalho.

 Nova realidade

No entanto, o cenário atual apresenta uma realidade diversa para os que ingressam atualmente no setor financeiro, dando origem a uma nova classe bancária.

 Os novos trabalhadores da banca, muitas vezes contratados em regime de outsourcing ou através de contratos a termo, deparam-se com salários menos atrativos diante dos desafios impostos pela profissão. A capacidade de retenção de talentos é menor e a rotatividade desses trabalhadores aumenta mesmo para fora do setor financeiro, evidenciando uma nova dinâmica de mercado que contrasta com a estabilidade e segurança outrora associadas à carreira bancária, que agora pouco tem para oferecer.

 Noutros tempos, o emprego na banca era sinónimo de uma trajetória vitalícia, beneficiando os profissionais de vantagens significativas. No entanto, o panorama atual reflete uma realidade marcada pela diminuição de balcões e postos de trabalho, exigindo dos bancários uma crescente pressão laboral. O setor financeiro enfrenta processos de reestruturação intensos, procurando adaptar-se a novos paradigmas e modelos de negócio que muitas vezes entram em conflito com os valores e a identidade dos seus trabalhadores.

 É nesse contexto que surgem testemunhos de ex-bancários que optaram por trilhar caminhos distintos, afastando-se do ambiente de pressão e competitividade muitas vezes tóxico. Alguns encontram na consultoria a oportunidade de explorar novas áreas de atuação e moldar seu futuro profissional e outros na atividade imobiliária longe do universo bancário.

A transição para a vida após a banca, seja através da abertura de um negócio próprio, da gestão de fundos de pensões ou de atividades relacionadas ao mercado imobiliário, reflete a necessidade de se adaptar e procurar novas oportunidades face à transformação do setor financeiro. Os desafios e as transições na vida dos trabalhadores bancários tornam-se cada vez mais evidentes, com a pressão pelos resultados elevados e a redução de custos impactando diretamente no ambiente de trabalho e nas perspetivas de futuro dos profissionais.

Os trabalhadores bancários enfrentam novos desafios, passam por duras transições e deram origem a uma nova segmentação de trabalhadores financeiros. O contrato de trabalho tem vindo a sofrer alterações, o regime de outsourcing volta a impor-se quebrando com a segurança no trabalho, o modelo de contratação via estágio universitário. Entretanto perderam-se benefícios, aumentou a rotatividade e tornou-se difícil a retenção de trabalhadores. Continua a redução de pessoas e balcões, aumenta a pressão no trabalho e a banca em Portugal tem sido alvo de sucessivas reestruturações, criando um clima de mudança contínua.

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