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A polémica sobre quem conduz depois de beber e não respeita a regra ‘Se beber, não conduza’. Testemunhos, alertas e a importância de uma legislação e fiscalização mais eficazes.

“Beber ou conduzir? Eu escolho ambos, e consigo controlar.” A declaração de Marco, natural de Ixelles, não deixa dúvidas sobre a sua atitude face à legislação que proíbe conduzir sob efeito de álcool.

Apesar dos alertas e das campanhas de sensibilização, Marco não se sente visado pela mensagem. Afirma conhecer as suas limitações e não representar perigo para si ou para os outros. “Sou cuidadoso, não arrisco, e só conduzo para percorrer cerca de um quilómetro. Nunca tive acidentes depois de beber, por isso continuo a fazê‑lo. Eu conheço os meus limites”.

Controlado uma única vez pela polícia, há três anos, Marco teve de assistir a uma formação simples sobre as consequências do álcool ao volante, uma sanção que não considerou dissuasiva. Desde então, segue a conduzir após consumir álcool e não esconde o seu desdém pela legislação atual, que estabelece o limite de 0,5 g/l de álcool no sangue. “A regra, a regra... eu conheço os meus limites. Gosto de aproveitar a vida e não quero abrir mão disso”.

Quando lhe falam de tolerância zero, não parece impressionado. “Se isso acontecer, não vai mudar nada. As pessoas continuarão a conduzir depois de beber.” Já em relação ao alcoolímetro antiarranque, Marco não hesita em ironizar: “É só pedir à mulher para soprar e está feito.” Não parece disposto a abdicar do álcool antes de conduzir e deixa claro que só recorre ao táxi quando acha realmente necessário.

Outra perspectiva: a indignação de Jean‑Jacques, de Bruxelas

Por outro lado, Jean‑Jacques, de Bruxelas, não esconde a sua revolta com casos assim. “Fico furioso ao ver pessoas assumirem que conduzem depois de beber. O meu genro, por exemplo, faz isso frequentemente. Chega a consumir até 7 ou 8 copos de vinho e depois pega no carro… com a namorada ao lado!”

Apesar de conhecer a mensagem de prevenção “Se beber, não conduza”, o genro de Jean‑Jacques não parece levar o aviso a sério. “Se acontecer um acidente, para ele, a culpa nunca será dele. Precisamos de mais fiscalização e de medidas mais duras para alertar e chocar as pessoas – vídeos de acidentes, testemunhos… O que temos não chega”.

Jean‑Jacques aponta ainda para um tabu presente nesta problemática: “Hoje, ainda parece difícil dizer a alguém para não conduzir depois de beber. Não é normal! Pelo contrário, muitos incentivam e continuam a servir quem vai guiar depois. A tolerância zero poderia ajudar a resolver esta situação”.

Álcool e condução: um convite à reflexão e à mudança de hábitos

Depois de uma noite regada a álcool, a opção mais segura passa por soluções alternativas para regressar a casa: recorrer a um amigo sóbrio, pedir um táxi ou usar os transportes públicos.

Se você ou alguém próximo enfrenta dificuldades com o álcool, procure ajuda. Os Alcoólicos Anónimos disponibilizam escuta e apoio gratuitos: www.alcoolicosanonimos.be

 


 


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